Pesquisadores conduziram o estudo em 163 bebês, entre 6 e 9 meses de idade, que viviam em uma região carente do Equador, em 2015. As crianças receberam aleatoriamente um ovo por dia ao longo de 6 meses. Também foi acompanhado um outro grupo de controle, que não recebeu os ovos.
Com isso, por meio de exames clínicos, os cientistas observaram que os ovos diminuíram em 74% os riscos de as crianças sofrerem com pouco peso e em 47% a probabilidade de terem alguma atrofia muscular ou raquitismo. As crianças no grupo de tratamento apresentaram maior ingestão dietética de ovos e menor consumo de alimentos açucarados em comparação ao controle.
“Nosso estudo monitorou cuidadosamente as reações alérgicas aos ovos, mas nenhum incidente foi observado ou relatado pelos cuidadores durante as visitas domiciliares semanais”, disse Lora Iannotti, professora e autora responsável pelo estudo. “Os ovos parecem ser uma fonte viável e recomendada de nutrição para crianças em países em desenvolvimento”, completou ela.
Ovos são liberados para bebês com menos de um ano?
O Minha Vida entrou em contato com a Sociedade Brasileira de Pediatria para entender se é seguro que bebês ingiram ovos. De acordo com a assessoria de imprensa da Sociedade, desde o seu primeiro Manual de orientações sobre alimentação, de 2008, é recomendada a ingestão de ovos cozidos para crianças a partir do início da alimentação complementar como uma das fontes de proteínas, intercalando com a carne bovina ou suína, ou de frango ou de peixe.
“Comprovado cientificamente, os ovos contêm aminoácidos, colina, vitamina A, vitamina D, ferro, zinco, fatores de crescimento e DHA (um ácido graxo poliinsaturado importante para a mielinização e desenvolvimento do cérebro). Como contém proteínas, vitaminas, zinco, ferro, vitaminas entre outros pode auxiliar no crescimento da criança”, destaca a SBP.
“A colina é uma vitamina do complexo B, que pode ser encontrada nos ovos, carne vermelha, fígado, couve-flor, repolho, alface, grãos, legumes e nozes. E a função da colina é contribuir com o metabolismo da gordura no fígado (melhora o colesterol bom, diferente do que se achava anteriormente) e melhorar a condução do impulso nervoso (mielinização). Alguns trabalhos científicos, como o de Kull, et al. Allergy. 2006; 61(8):1009-15, mostram que em relação a alergia ao ovo, deve-se iniciar a ingestão do ovo cozido (clara e gema) aos 6 meses de idade justamente para diminuir as reações alérgicas, como dermatite e rinite, quando comparados com início tardio da ingestão”, diz o órgão.
“Sobre o estudo em questão, o Departamento Científico de Nutrologia (SBP) reforça que a população estudada nesta pesquisa é desnutrida. Portanto, qualquer aporte proteico (ovos ou carnes) o resultado será a melhora do crescimento. O importante é ter alimento saudável e nutritivo (carboidratos, proteína animal, proteína vegetal e hortaliças) para ser oferecido às crianças”, finaliza a SBP.
Fonte: site Minha Vida.