Câncer de mama e o histórico familiar

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Todo câncer tem componente genético, pois se origina a partir de uma alteração genética. No entanto, a maioria destas alterações genéticas são adquiridas ao longo de nossa vida decorrente dos nossos hábitos de vida, da nossa alimentação, exposição à substancias carcinogênicas e à radiação, que é o que chamamos de mutações somáticas. Estas mutações somáticas não passam de pai para filho, e se constituem na grande maioria dos canceres.

Casos genéticos

Cerca de 5% a 10% dos canceres teriam mutações germinativas, ou seja, mutações presentes nas nossas células embrionárias (óvulos e espermatozoides) onde um indivíduo já nasce com um gene defeituoso e tem a capacidade de passar esta herança para seus descendentes. Aqui vale citar os genes BRCA1, BRCA2, TP53, PALB2 CHECK2 – todos relacionados ao câncer de mama – dentre outros. O risco de um filho herdar este tipo de mutação é de 50%. Ou seja, nem todo filho de um pai/mãe com mutação germinativa herdaria este gene defeituoso.

No geral, não existe diferença na incidência do câncer de mama do lado materno ou paterno, considerando o mesmo grau de parentesco. Confira os exemplos:

1) Tanto faz se foi a avó paterna ou a avó materna (considerando a mesma faixa etária) que teve câncer que o risco será semelhante;

2) O mesmo acontece se foi a tia paterna ou tia materna (considerando a mesma faixa etária) que teve câncer, pois o risco será semelhante;

3) Tanto faz se foi a prima paterna ou prima materna (considerando a mesma faixa etária) – o risco para os parentes será semelhante.

No entanto, se falarmos de parente de primeiro grau, ou seja, pai e mãe, o raciocínio é um pouco diferente, vejamos:

Mãe com câncer de mama aos 55 anos versus pai com câncer de mama aos 55 anos: neste exemplo o risco desta filha ter câncer de mama é muito mais elevado pelo histórico do pai, sendo homem, ter tido o câncer. Todo homem com câncer de mama aumenta em muito a suspeita de ter um gene defeituoso (mutação germinativa, aquela que pode passar de pai/mãe para filho).

Quando começar a fazer a mamografia?

A definição de qual a melhor idade para se fazer a mamografia depende de vários aspectos, sendo a idade o principal fator que influencia na determinação do início da realização de exames de rastreamento. Isso é baseado na idade em que a população em geral desenvolve mais incidentemente o câncer de mama. Ou seja, no geral, para a população de risco normal (população sem histórico familiar) seria em torno dos 50 a 70 anos como proposto pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer). Mas, como é possível observar no gráfico de incidência de câncer de mama nos Estados Unidos a incidência já começa a aumentar por volta dos 40 anos, e, para ampliar a faixa de detecção precoce em muitos países se indica o início da mamografia já aos 40 anos de idade, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Abaixo dos 25 anos é raríssimo o desenvolvimento de câncer de mama.

Para pacientes de alto risco, indica-se realizar a mamografia dez anos antes do caso mais jovem da família, em geral associado à outro exame de imagem. Para pacientes sabidamente com mutação genética a idade de início de rastreamento é por volta dos 25 anos. Estas determinações de quando começar a realizar os exames são extremamente personalizadas e dependem da avaliação de um médico especialista em oncologia mamária (mastologista ou cirurgião oncológico de mama).

Fonte: Site Minha Vida

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