O mês de dezembro é conhecido por muitas celebrações, incluindo o Natal e o Ano-Novo. Porém ele também tem uma importância crucial em outra área da vida – a saúde. Dezembro Vermelho é uma campanha dedicada à conscientização e prevenção ao HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), doenças que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
A origem do Dezembro Vermelho
Para lembrar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro, a Lei Federal nº 13.504 instituiu no Brasil, em 2017, o Dezembro Vermelho, mês de mobilização nacional para a conscientização e prevenção ao HIV/AIDS e demais ISTs.
A campanha busca disseminar informações sobre o HIV, promover a prevenção, reduzir o estigma e a discriminação e proteger os direitos das pessoas infectadas com o HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis.
A escolha da cor para representar o mês está relacionada ao laço vermelho, símbolo internacional de solidariedade e comprometimento na luta contra a Aids.
Avanços na luta contra o HIV/AIDS
Desde os primeiros casos documentados na década de 1980, houve avanços significativos na prevenção e no tratamento do HIV/Aids. No início da epidemia, eram poucas as opções de tratamento. Hoje, graças às pesquisas médicas e ao desenvolvimento de terapias antirretrovirais (TARV), viver com HIV é uma condição de saúde crônica gerenciável para muitas pessoas.
As TARV são uma combinação de medicamentos que inibem a replicação do vírus no organismo. Elas permitem que pessoas soropositivas tenham uma vida mais longa e saudável, reduzindo a carga viral a níveis indetectáveis, além de desempenharem um papel importante na prevenção ao vírus.
A profilaxia pré-exposição (PrEP) é uma estratégia em que pessoas em risco de infecção pelo HIV tomam medicamentos antirretrovirais para reduzir suas chances de contágio.
Desafios na luta contra o HIV/AIDS
Apesar dos avanços, ainda há vários desafios a ser enfrentados. A estigmatização e a discriminação continuam como obstáculos para o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz. Muitas pessoas ainda têm medo de fazer o teste devido ao preconceito associado à doença. Além disso, o fácil acesso a tratamentos e prevenção ao HIV/AIDS não é uma realidade em muitas partes do mundo.
Outro desafio é a disseminação do HIV em populações-chave, definidas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), que tem como objetivo liderar e coordenar a resposta global à epidemia de HIV/AIDS, como: profissionais do sexo, homens gays e homens que fazem sexo com homens, pessoas que fazem uso de drogas injetáveis, pessoas trans e as que estão em privação de liberdade. Essas comunidades frequentemente enfrentam barreiras sociais e econômicas que as tornam mais suscetíveis à infecção pelo HIV. Garantir que todos tenham acesso a testes, tratamento e prevenção é fundamental para combater a epidemia
A importância da educação e da conscientização
A educação e a conscientização desempenham um papel fundamental na luta contra o HIV/AIDS. As pessoas precisam estar cientes dos riscos e saber como se proteger. É crucial que a educação sobre o HIV comece cedo, nas escolas, para que as gerações futuras estejam bem-informadas sobre a prevenção e os cuidados.
Também é essencial combater o preconceito e a discriminação. O estigma pode impedir que as pessoas façam o teste, busquem tratamento ou apoiem amigos e familiares que vivem com a doença.
Campanhas de conscientização, como o Dezembro Vermelho, desempenham papel importante na “desestigmatização” do HIV/AIDS e na promoção de uma sociedade mais inclusiva.
A prevenção ao HIV/AIDS
A prevenção é uma parte essencial na luta contra a doença. Existem várias estratégias disponíveis. Conheça algumas delas:
- Uso de preservativos: o uso correto de preservativos em todas as relações sexuais é uma das maneiras mais eficazes de prevenir a transmissão do HIV.
- PrEP (profilaxia pré-exposição): a PrEP envolve tomar medicamentos antirretrovirais regularmente para reduzir o risco de infecção pelo HIV. É uma opção para pessoas em alto risco.
- Teste e tratamento: fazer o teste de HIV regularmente e iniciar o tratamento o mais cedo possível é fundamental para reduzir a carga viral e prevenir a transmissão.
- Educação: o conhecimento sobre o HIV/AIDS e a conscientização sobre práticas seguras são cruciais na prevenção da doença.
- Redução de danos: para pessoas que usam drogas injetáveis, programas de redução de danos, como troca de seringas, podem reduzir a disseminação do HIV.
A situação global do HIV/AIDS
A doença continua sendo uma das maiores ameaças à saúde global. Em 2022, 39 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo, segundo a Unaids. No mesmo ano, 630 mil morreram de doenças relacionadas à AIDS. Embora tenham ocorrido avanços significativos na prevenção e no tratamento, o cenário varia de país para país e de região para região: em algumas partes do mundo, a epidemia está sob controle, com taxas de infecção em declínio e acesso eficaz ao tratamento. No entanto, em outras, o índice continua alta e o acesso a tratamento e prevenção é limitado
Desigualdades sociais e o HIV/AIDS
As desigualdades sociais desempenham um papel significativo na disseminação do vírus. Populações marginalizadas e vulneráveis são muitas vezes as mais afetadas pela doença. Isso inclui pessoas de baixa renda, profissionais do sexo, homens gays e homens que fazem sexo com homens, pessoas que fazem uso de drogas injetáveis, pessoas trans, indivíduos em privação de liberdade e populações em áreas de conflito.
O acesso desigual à educação, à atenção médica e às oportunidades econômicas pode aumentar o risco de infecção. Além disso, o estigma e a discriminação muitas vezes impedem que as pessoas busquem cuidados e apoio.
O papel das organizações internacionais na luta contra o HIV
Diversas organizações internacionais desempenham papel crucial na luta contra o HIV/AIDS, entre elas o Unaids e o Fundo Global de Luta contra a AIDS, a Tuberculose e a Malária.
O Unaids foi criado globalmente em 1996 e tem representação no Brasil desde 2002. Atua em estreita colaboração com os governos federal, estaduais e municipais, organizações da sociedade civil (OSC), redes de pessoas vivendo com HIV/AIDS, instituições acadêmicas e outras organizações parceiras e têm o objetivo de fortalecer a resposta nacional ao vírus, além de acelerar o progresso na prevenção, tratamento e cuidados em relação ao HIV, a fim de acabar com a AIDS, como ameaça à saúde pública, até 2030.
Já o Fundo Global reúne líderes mundiais, comunidades, sociedade civil, profissionais de saúde e o setor privado para encontrar soluções que tenham maior impacto contra essas doenças em escala mundial.
Essas organizações desempenham um papel fundamental na promoção de estratégias eficazes de prevenção e tratamento.
O papel da tecnologia
A tecnologia também é importante na luta contra o HIV/AIDS. A internet e os smartphones possibilitam que as pessoas acessem informações sobre o vírus e recebam apoio online. Além disso, a telemedicina está se tornando uma maneira eficaz de fornecer cuidados médicos a pessoas soropositivas, especialmente em áreas remotas.
Em relação às pesquisas médicas, a tecnologia contribui significativamente para o desenvolvimento de novos tratamentos e estratégias de prevenção.
A importância da testagem regular do HIV
Fazer o teste regularmente é fundamental para a prevenção e o tratamento eficaz do HIV/AIDS. Muitas pessoas vivem com o vírus sem saber, o que pode levar a uma transmissão não intencional. O diagnóstico precoce também possibilita o início do tratamento o mais cedo possível, o que é crucial para uma vida saudável.
Campanhas como o Dezembro Vermelho desempenham um papel importante no incentivo à realização do teste de HIV. A testagem é confidencial e, em muitos lugares, gratuita.
O impacto do HIV/AIDS nas crianças
O HIV/AIDS também afeta crianças em todo o mundo. De acordo com a Unaids, globalmente, eram 1,5 milhão, entre 0 e 14 anos, vivendo com HIV, em 2022.
A transmissão vertical do HIV, de mãe para filho, é uma preocupação importante na saúde pública e pode acontecer durante a gestação, parto ou amamentação. No entanto, o tratamento eficaz durante a gravidez e o parto pode reduzir significativamente o risco de contágio. A amamentação não é recomendada para mães que vivem com o vírus.
Em caso de contaminação, o tratamento antirretroviral para crianças soropositivas é essencial, para garantir que elas tenham uma vida saudável.
O futuro da luta contra o HIV/AIDS
A luta contra o HIV/AIDS continua evoluindo à medida que novas pesquisas são realizadas e estratégias mais eficazes desenvolvidas. A conscientização e a mobilização da sociedade também desempenham um papel fundamental na redução das taxas de infecção e na promoção de uma sociedade mais inclusiva.
O futuro dessa luta inclui o desenvolvimento de vacinas eficazes, estratégias de prevenção inovadoras e a expansão do acesso a tratamento de qualidade em todo o mundo. É um esforço conjunto que envolve governos, organizações internacionais, profissionais de saúde, pesquisadores e a sociedade civil.
Veja como fazer a sua parte na luta contra o HIV/AIDS:
Realize o teste de HIV: além de ser a única maneira de saber se você tem o vírus, o resultado é confidencial.
Converse com outras pessoas: eduque-se sobre o HIV/AIDS e fale com amigos, familiares e colegas sobre a importância da conscientização e da prevenção.
Apoie organizações que trabalhem com a prevenção e o tratamento do HIV/AIDS: doe recursos ou tempo. Seja voluntário em campanhas de conscientização.
Promova uma sociedade inclusiva: combata o estigma e a discriminação relacionadas ao HIV/AIDS em sua comunidade e local de trabalho.
Mantenha-se informado: continue aprendendo sobre o HIV/AIDS e as últimas pesquisas e avanços na área.
Durante o Dezembro Vermelho e por meio de esforços contínuos ao longo do ano, podemos trabalhar, juntos, para alcançar um mundo livre do HIV/AIDS.
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Fontes:
Biblioteca Virtual em Saúde / Ministério da Saúde – Dezembro Vermelho: Mês de Prevenção ao HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Ministério da Saúde / Fiocruz – O vírus da Aids, 20 anos depois.
Unaids – Estatísticas.
Unaids – Sobre o Unaids.
The Global Fund – About the Global Fund.
Gov.br / Ministério da Saúde – Transmissão vertical.