O Dia Nacional do Combate à Dengue, celebrado em novembro, é uma data crucial para conscientizar a população sobre as medidas de prevenção e controle dessa doença que afeta milhares de brasileiros anualmente. Entre as principais estratégias de combate à dengue, a vacinação emergiu como uma ferramenta essencial. Nos últimos anos, a pesquisa científica trouxe avanços significativos para o desenvolvimento de vacinas, proporcionando novas esperanças para a erradicação dessa epidemia. Esse texto explora os aspectos essenciais da vacina contra a dengue, sua eficácia, as pesquisas científicas que a embasam e a importância da imunização para o controle da doença.
O impacto da dengue no Brasil e no mundo
A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a dengue atinge mais de 100 países, com mais de 390 milhões de infecções anuais em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde registrou mais de 1 milhão de casos somente em 2023, revelando o desafio contínuo que o país enfrenta para controlar essa epidemia.
Entendendo a vacina contra a dengue
Desenvolver uma vacina eficaz contra a dengue sempre foi um desafio para a ciência, devido aos quatro sorotipos do vírus que causam a doença. Os primeiros esforços foram focados em desenvolver uma imunização que pudesse oferecer proteção abrangente e duradoura contra todos os sorotipos. Estudos publicados pela OMS e instituições como o Instituto Pasteur demonstram que a vacina é uma medida eficaz na redução da carga de casos graves.
Como funciona a vacina contra a dengue
A vacina contra a dengue, chamada Dengvaxia (do laboratório Sanofi Pasteur), foi a primeira aprovada no Brasil em 2015. Ela atua estimulando o sistema imunológico a criar anticorpos contra os quatro sorotipos do vírus. Estudos mostram que ela é especialmente eficaz para pessoas que já tiveram dengue anteriormente, reduzindo o risco de novas infecções graves.
Eficácia e segurança da vacina contra a dengue
A eficácia da Dengvaxia varia conforme a exposição anterior do paciente ao vírus. Para aqueles que já foram infectados, a eficácia da vacina é de aproximadamente 60% a 80% contra infecções graves. No entanto, a vacina não é recomendada para pessoas que nunca tiveram dengue, pois há um risco aumentado de manifestações graves em futuras infecções. Essa descoberta foi baseada em estudos de longo prazo realizados pela Sanofi, que monitoraram a resposta imune e os efeitos colaterais em diferentes populações.
Pesquisas e dados recentes sobre novas vacinas
Desde a aprovação da Dengvaxia, outras vacinas contra a dengue vêm sendo desenvolvidas e testadas em diferentes partes do mundo. Uma vacina recente, desenvolvida pela Takeda, chamada TAK-003, apresentou resultados promissores com eficácia de até 80% em testes clínicos, abrangendo tanto pessoas expostas quanto não expostas previamente ao vírus. Essa vacina pode representar uma solução inovadora para ampliar a proteção contra a dengue, oferecendo uma alternativa mais segura e eficaz para um público mais amplo.
Importância da vacinação no combate à dengue
A vacina representa uma das ferramentas mais eficazes para reduzir a incidência de dengue e, consequentemente, a mortalidade associada a casos graves. Dados do Ministério da Saúde indicam que regiões com maior adesão à vacinação apresentam uma queda significativa nos casos graves e nas hospitalizações. Em locais com cobertura vacinal consistente, houve uma redução de até 40% na taxa de hospitalizações, conforme estudos publicados no Boletim Epidemiológico Nacional.
Quem pode tomar a vacina contra a dengue
A vacina contra a dengue é recomendada para pessoas com idade entre 9 e 45 anos que já tiveram uma infecção prévia pelo vírus. Essa recomendação é baseada em estudos que indicam um aumento do risco de dengue grave em pessoas que nunca foram expostas ao vírus e recebem a vacina.
Vacinação para crianças e adolescentes
A faixa etária de 9 a 16 anos é especialmente priorizada em regiões endêmicas, devido ao maior risco de complicações em infecções secundárias. Nos últimos anos, campanhas em escolas e centros comunitários têm sido fundamentais para aumentar a adesão entre os adolescentes, sensibilizando para a importância da imunização como proteção coletiva.
Desafios para a adesão à vacina contra a dengue
Apesar da importância comprovada da vacina contra a dengue, a adesão ainda enfrenta desafios consideráveis. Entre as barreiras mais comuns estão a desinformação e o medo de possíveis efeitos colaterais, além do fato de que a vacina Dengvaxia é recomendada apenas para pessoas que já tiveram uma infecção anterior. Em algumas regiões, a falta de acesso a campanhas de vacinação e a informações claras sobre os benefícios da vacina também contribuem para uma cobertura vacinal reduzida. Profissionais de saúde e autoridades locais têm desempenhado um papel fundamental ao promoverem campanhas educativas e esclarecerem a população sobre a segurança e eficácia da vacina, buscando aumentar a aceitação e adesão à imunização.
Avanços científicos e o futuro das vacinas contra a dengue
A busca por uma vacina universal, que seja segura e eficaz para todos, independentemente da exposição prévia ao vírus, continua em andamento. Pesquisadores de vários países, incluindo o Brasil, estão desenvolvendo novas vacinas que visam imunizar indivíduos sem a necessidade de uma infecção anterior. As vacinas em teste, como a TAK-003 da Takeda, têm mostrado eficácia em pessoas com e sem exposição prévia, representando uma esperança significativa para o controle global da dengue. Esses avanços científicos são essenciais para garantir que um número maior de pessoas possa ser protegido e para a redução a longo prazo da circulação do vírus nas regiões mais afetadas.
A vacina como parte de uma estratégia integrada de combate à dengue
A vacina contra a dengue é uma ferramenta importante, mas sozinha não é suficiente para erradicar a doença. As ações de combate ao mosquito transmissor, como a eliminação de focos de água parada, campanhas educativas e o uso de repelentes, continuam sendo essenciais. Em um contexto onde a vacinação pode reduzir a gravidade e mortalidade associadas à dengue, mas não prevenir completamente a infecção, uma estratégia integrada é imprescindível. O sucesso no combate à dengue depende de uma conscientização coletiva, onde cada indivíduo, setor público e privado colabora para diminuir a proliferação do mosquito e as oportunidades de transmissão do vírus.
O combate à dengue exige esforços coordenados entre governo, comunidade e sistemas de saúde. No Dia Nacional do Combate à Dengue, é essencial reforçar a importância da prevenção e da vacinação como medidas complementares. A vacina não substitui práticas preventivas, como a eliminação de criadouros de mosquitos, mas age como uma importante barreira contra a progressão da doença.
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