Um medicamento de produção inédita no Brasil vai ser capaz de melhorar a imunidade de pacientes que fazem quimioterapia. A nova droga é a Fiprima (filgrastim), que já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela deve chegar ao mercado no início de 2016 e será distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Resultado de dez anos de pesquisa e desenvolvimento, este é o primeiro medicamento biossimilar da América Latina e considerado um marco para o segmento farmacêutico no país.
Organismo vivo
Biossimilares são versões fiéis de medicamentos biológicos que tiveram sua patente original expirada. São produzidos a partir de um organismo vivo (células de bactérias, por exemplo) e não apenas por meio da manipulação química de substâncias em laboratório.
Por serem feitos com materiais biológicos, o desenvolvimento dos remédios biossimilares envolve tecnologias mais caras e complexas do que os remédios sintéticos tradicionais. Prova disso é que existem apenas 20 biossimilares registrados em todo o mundo, incluindo o produto brasileiro.
Mecanismo de ação
O Fiprima, que foi desenvolvido pelo laboratório Eurofarma, age aumentando o número de neutrófilos (glóbulos brancos que ajudam no combate às infecções) em pacientes cujo sistema imunológico está comprometido pela realização da quimioterapia ou transplante de medula óssea.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer em todo o mundo a cada ano. Apenas no Brasil, o Inca estima 580 mil novos casos em 2015. Com a produção própria, o Ministério da Saúde espera economizar R$ 9,3 milhões por cinco anos.
Referências
Inca.gov.br/brasil_cria_medicamentos_contra_efeitos_colaterais_do_tratamento_de_cancer