Pessoas que já gostam muito de viajar poderão dizer “bom, eu já sabia”. Quem, no entanto, é mais afeito a ficar em casa precisa rever esse conceito – pelo bem de seu estado físico e psicológico.
O hábito de tirar férias está ligado à diminuição de riscos de ataques cardíacos e depressão e, até mesmo, à saúde do cérebro, segundo mostrou um estudo feito por duas associações norte-americanas (uma ligada ao bem-estar dos cidadãos mais velhos e outra ao ramo do turismo).
A mesma pesquisa mostrou que passar algum tempo ou mesmo se mudar para perto de áreas verdes, como parques e florestas, traz os mesmos ganhos clínicos.
O relatório final explica que “essa é uma avaliação importante tanto para o planejamento dos urbanistas quanto para o planejamento das famílias em busca de melhor qualidade de vida”.
Outro estudo semelhante, liderado pelo professor de psicologia da Universidade de Cornell, Thomas Gilovich, afirmou que os seres humanos, em geral, tendem a desprezar a acomodação e que o tédio por repetir ações todos os dias acaba causando doenças.
“Comprar objetos para nos fazer felizes e mostrar que somos bem-sucedidos só funciona por pouco tempo. Coisas novas são emocionantes, mas, depois de um tempo, nos adaptamos ao que é material. Já as experiências, como acontecem nas férias, estimulam o corpo e a mente a não se acomodar, um ganho considerável para o bem-estar”, diz Gilovich.
Quem pretende, então, apostar nas férias para melhorar a saúde física e mental, pode fazê-lo com a convicção de estar investindo da melhor forma.
Abaixo, algumas dicas de especialistas para garantir que os dias de folga sejam uma experiência feliz e muito saudável.
Ao viajar, faça questão de levar:
- Kit de primeiros socorros com curativos, spray antisséptico, tesoura e pinça
- Kit de remédios básicos, como para dor de cabeça, diarreia, febre e antiácido
- Protetor solar (mesmo para quem viaja para lugares sem praias)
- Repelente (no caso das crianças, é preciso levar repelentes específicos para a faixa etária)
Antes da viagem, o que é importante fazer:
- Checar carteiras de vacinação de adultos e crianças – e, especialmente, checar a necessidade de vacinas específicas requeridas pelas regiões de destino da viagem (como febre amarela)
- Checar a necessidade de fazer seguros médicos temporários para viajantes
- Procurar informações junto à operadora de cartão de crédito pessoal e saber se seu contrato já dispõe de seguros do tipo, com boa cobertura e validade no destino da viagem
- Pedir ao médico ou pediatra receitas para remédios específicos que se pretende levar, como antibióticos (só é permitido carregar remédios assim na bagagem de mão em aviões, por exemplo, com receita assinada)
- Uma lista com nomes e telefones fixos e celulares dos médicos que costumam atender os indivíduos do grupo que viaja
- Se possível, antes de viagens longas, fazer um check-up no consultório e um check-up dentário
Mais algumas dicas para manter as crianças em segurança durante as férias:
O sol
O ideal para uma vida saudável é tomar sol, mas evitar entre 10h e 16h. As crianças menores de seis meses devem ser mantidas sempre na sombra e com proteção de roupas e chapéus. As crianças com mais de seis meses devem utilizar filtro solar com fator de proteção solar 30 ou maior (e até 1 ano de idade, é preciso verificar se o produto não contém PABA, ácido paraminobenzóico, um componente bastante alergênico). O certo é aplicar o protetor ainda em casa, 20 a 30 minutos antes da exposição solar, e reaplicar a cada 2 horas. Vestir camisetas na criança pode proteger, mas depende do tipo de tecido: as de algodão, embora sejam as mais frescas, trazem menor proteção; as de poliéster dão maior proteção, mas esquentam; e existem ainda aquelas com proteção solar, bem eficazes para crianças maiores.
Picadas de insetos
São muito comuns no verão. Mas qual a maneira mais segura de proteger as crianças contra a ação de insetos – dada a preocupação, principalmente, com o aumento de casos, nessa época, de doenças como a dengue? Bem, até os 6 meses de vida, vale apenas barreira física: ou seja, tela nas janelas ou mosquiteiro sobre a cama. Dos 6 meses aos 2 anos, produtos à base de IR3535 podem ser utilizados (observe o rótulo dos produtos). Após os 2 anos, aí sim podem ser usados outros produtos, como os a base de icaridina, lembrando de reaplicar o repelente a cada 4 horas ou após entrar na água.
Hidratação
O volume de água a beber varia com o tamanho da criança e o calor que está fazendo. Os sucos e os picolés podem substituir parte da água, mas cuidado com o sobrepeso – pois muitos deles, especialmente industrializados, podem ser bastante calóricos. O ideal, também, é não esperar que a meninada, sempre entretida em brincadeiras, peça para beber alguma coisa; é preciso oferecer constantemente água, sucos, água de coco. E atenção para as roupas: as peças mais leves evitam contribuir para casos de desidratação.
Alimentação
Com o calor, as comidas tendem a estragar com maior rapidez – por isso é importante pensar sobre o que os pequenos vão comer em casa e fora dela, na praia ou no clube, por exemplo. Sem saber como foram preparados, é bom evitar. Em casa, tudo bem oferecer mais lanchinhos do que a alimentação normal do dia a dia – afinal são férias e sair da rotina pode ser um bom momento de experimentar ingredientes novos. Mas é melhor dar preferência a lanches naturais, que contenham verduras e legumes ou pães com mais fibras – e evitar frituras em excesso. Coloque também as frutas no circuito, bem mais refrescantes.
Acidentes
O calor traz aquele convite para passar mais tempo perto da água, da areia da praia ou do parquinho, brincando com amigos e primos na casa dos tios e avôs… Longe de se fixar nos problemas, mas crianças sempre pedem atenção dobrada nas férias. Aí vai um “check-list” para evitar que acidentes, grandes ou pequenos, estraguem o verão de pais e filhos:
Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.