Ingestão em excesso de bebidas energéticas pode favorecer arritmias e o aumento da pressão arterial
O consumo em excesso de energéticos é prejudicial à saúde, principalmente quando associado à bebida alcoólica. O exagero pode causar tontura, náusea, insônia, diarreia, desidratação, ansiedade, agitação, palpitação e arritmia, quando há a sensação de que os batimentos cardíacos estão mais acelerados do que o normal.
A ingestão desse tipo de bebida tem aumentado na população geral. Tem quem tome energéticos com a intenção de melhorar a concentração e encarar a rotina acelerada com maior vigor e menos cansaço, fazendo assim o dia render mais.
No entanto, a alta concentração de cafeína, que estimula a liberação de adrenalina e noradrenalina, favorece o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca em até 20 batimentos por minuto, enquanto no cérebro a velocidade do fluxo sanguíneo é reduzida.
Diversos estudos analisam os efeitos do consumo de energéticos. Para o coração, os principais sintomas relacionados são as arritmias e os picos hipertensivos. “Além da cafeína, o excesso de açúcar dos energéticos também pode levar a outros riscos em jovens e diabéticos. O pico de glicemia liberado após a ingestão da bebida costuma, ainda, desencadear um ligeiro efeito rebote de exaustão, semelhante à de uma ressaca”, explica a cardiologista Gabriela Ramalho, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
O sistema nervoso central também é afetado pela cafeína, levando o corpo a desidratação e a perda de nutrientes do organismo, solúveis em água, que têm efeito calmante. A partir disso, é normal sentir agitação, hiperatividade, dor de cabeça e problemas de sono.
Em eventos sociais, é mais comum o abuso de energéticos. Para efeito de comparação, consumir três latinhas de bebidas energéticas no período de uma hora equivale ao mesmo que ingerir 15 xícaras de café bem forte. O recomendado para adultos saudáveis é de até três xícaras diárias. “A ingesta de cafeína em doses normais parece ser benéfica, mas o consumo excessivo pode aumentar o risco de complicações cardiovasculares”, destaca Ramalho.
O ideal, segundo os especialistas, é reduzir o consumo para uma dose e em situações mais pontuais. Pacientes com cardiopatia ou disfunção hepática, entretanto, devem evitar essas bebidas. “Dentro de uma vida saudável e equilibrada, é possível tomar bebidas energéticas com moderação e sem prejuízo para a saúde. Fuja dos excessos sem abrir mão dos seus prazeres”, ressalta Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor do Instituto do Coração (Incor) e diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.
Revisão técnica
- Prof. Dr. Max Grinberg
- Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
- Autor do blog Bioamigo
Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.