Imunização e terceira dose da vacina para COVID

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Recentemente foi anunciada pelo Ministério da Saúde a necessidade de recorrermos a uma terceira dose da vacina contra a COVID para idosos acima de 70 anos e pessoas com o sistema imunológico comprometido por doenças crônicas ou tratamentos como a quimioterapia. Segundo estudos publicados pela revista científica The Lancet, uma das mais respeitadas no mundo, todas as vacinas que estão sendo utilizadas contra a COVID seriam suficientemente eficazes contra casos graves da doença e mortes, inclusive meses após a aplicação, porém, nesses casos em que a imunidade pode estar comprometida, tanto pela questão da imunossenecência (envelhecimento do sistema imunológico) quanto por outras questões pode ser apropriado lançar mão do reforço da terceira dose.

O comprometimento da imunidade desses grupos poderia sugerir que após algum tempo os níveis de proteção cairiam sensivelmente por uma menor resposta do organismo à vacina e não pela ineficiência dela.

A necessidade da aplicação da terceira dose é explicada por 3 fatores: a disseminação da variante delta, a possível queda dos anticorpos neutralizantes após alguns meses da aplicação e a fragilidade do sistema imunológico de alguns grupos específicos.

Lembrando que é normal a queda dos anticorpos após algum tempo da aplicação, o que não significa que tenhamos perdido a capacidade de reagir à doença. O sistema imunológico tem mecanismos complexos que funcionam se complementando na proteção contra invasores. Portanto, o fato de não termos mais tantos anticorpos circulantes no organismo não significa que não possamos rapidamente fabricá-los na ocorrência de uma invasão viral, uma vez que nossa imunidade já teria a “receita” para produzir esse anticorpos específicos, isso é o que chamamos de memória imunológica. Até o momento os estudos apontam que todos os imunizantes disponíveis são capazes de construir essa memória no organismo.

Basta avaliarmos a expressiva queda nos números de mortes e contaminações para percebermos que a vacina tem sido muito eficaz nesse sentido.